Vou falar de uma das peças de Teatro mais famosas e mais belas que surgiram no séc. XIX.
Os seus diálogos de amor, conquistam qualquer pessoa que tenha um amor ardente para demonstrar ou para apreciar.
Edmond Rostand (1868-1918)
Dramarturgo e poeta francês, nasceu em Marselha, filho de um poeta. Formou-se em Direito, mas desde cedo dedicou-se ao teatro, escrevendo peças de sucesso como La Samaritana (1897) que o deram a conhecer ao público, ainda que só ligeiramente, deixavam adivinhar o génio teatro e poético, que iria criar a mais famosa comédia de todos os tempos modernos, do neo-romântico.
Drama em verso Cyrano de Bergerac (1897), que foi lançada com o famoso Benoit Constant Coquilin no papel principal.
Passada na mesma época em que o verdadeiro Cyrano viveu.
Cyrano de Bergerac é um talentoso poeta e exímio espadachim, integrante da companhia militar chamada Cadets de Gascogne . Mas ele possui um nariz absurdamente comprido que lhe dá uma aparência ridícula para acompanhar os seus dotes mentais e físicos.
Apaixonado pela própria prima, Roxane , ele julga-se demasiadamente feio para merecer o seu amor.
Quando Christian de Neuvillette , um jovem nobre, se junta aos Cadets de Gascogne e também se enamora de Roxane , Cyrano acaba assumindo o papel de protector do rival, a pedido da prima.
Como Christian é, digamos, pouco dado a exercitar os neurónios , sobra para Cyrano escrever as suas cartas de amor. Roxane , é claro, apaixona-se pelo homem que escreve aqueles maravilhosos textos, sem suspeitar que é o brilhante primo e não o simplório nobre.
O humor, em tiradas subtis , está presente em todos os textos, mas se a primeira metade pode ser considerada uma comédia, a partir de certo ponto o tom muda e vai-se tornando bem mais sombrio. O final da peça é emocionante.
Aqui ficam alguns diálogos:
“O sonho de ser amado mesmo por uma feia está-me interdito por este nariz que me precede um quarto de hora em todos os lugares. Quem eu amo?”
“Mas é fácil de saber! Amo… Teria que assim ser!
A mais fina, a mais brilhante, a mais doce, Le Bret , que é também a mais culta. Roxane .”
Continua…